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segunda-feira, 6 de junho de 2011

"Alimentação versus carência alimentar: uma questão meramente biológica?"

Enviada por: Profª Patrícia Pitanga

“O corpo de um atleta precisa de muito mais energia que o de uma recepcionista. Um operário de construção tem muito mais chance de ser magro que um executivo”, afirma a nutricionista paulista Flora Spolidoro, responsável pela criação da dieta do aventureiro dos oceanos, Amyr Klink (que busca atravessar sozinho os oceanos em pequena embarcação). Flora diz que dependendo do tipo de atividade que exerce, o organismo gasta mais ou menos energia. Assim, segundo esta nutricionista, em entrevista concedida a revista “Superinteressante” (publicada no nº 6, junho de 1993), tudo que o corpo humano ingere é tratado por ele, indistintamente, como alimento. Um organismo plenamente desenvolvido utiliza esse alimento como matéria-prima para regenerar boa parte das células e para gerar energia que o conserva vivo. Em repouso absoluto, ele tem a potência de uma lâmpada: consome 100 watts de energia, o correspondente a 2100 quilogramas por dia.

Cerca de 20% dessa energia é utilizada pela musculatura esquelética, 5% pelo coração, 19% pelo cérebro, 10% pelos rins e 27% pelo fígado e pelo baço. Assim vemos que a alimentação é vital para a vida, seja para os esportistas seja o homem comum, pois a qualidade de nossas vidas depende daquilo que comemos. Um dos fenômenos que indica carência alimentar é o índice de prevalência de anemia, ou em outros termos, a falta de ferro no organismo. Esse índice serve não apenas para avaliação da saúde de um indivíduo, mas também, de um dado grupo ou de uma comunidade. Esse índice pode dizer muito mais do que sobre a simples quantidade de alimento ingerido por um sujeito ou uma comunidade: ele diz respeito essencialmente sobre a qualidade da alimentação. Esse fato vai ser importante nas nossas discussões assim como no desenvolvimento de nossas atividades. Por trás do apetite normal que faz barrigas roncarem, existe uma fome oculta. Ameaçadora, ela compromete a saúde de mais da metade do planeta. Sem deixar praticamente nenhum rastro, a anemia se instalou na sociedade e é responsável por uma geração de crianças, adolescentes e adultos apáticos, fracos e com rendimento escolar e no trabalho cada vez menor. “É uma doença que não mata nem chama a atenção. Mas é perigosa e deletéria para o indivíduo e para o desenvolvimento social do país” avisa a consultora de nutrição da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), Leonor Pacheco. Pesquisas comprovam a perda intelectual que ocorre em anêmicos. O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) provou que bebês e crianças com anemia perdem nove pontos do Coeficiente de Inteligência (QI).

Quando falamos em má alimentação, pensamos logo em falta de alimentos, o que pode não corresponder à realidade, pois uma alimentação inadequada implica considerarmos as proporções de nutrientes ingeridos e sua relação com as necessidades de cada um. Por falar em “proporção”, discutir sobre alimentação será uma oportunidade impar para tratar de conceitos matemáticos importantes no ensino fundamental, não somente o conceito de proporção, mas também das medidas, dos decimais e do tratamento de informações. A anemia cresce independente da classe social. Amostras de sangue de 1.256 crianças de 0 a 5 anos de idade da cidade de São Paulo demonstraram que 46,9% sofriam de anemia. A solução para o problema de falta na alimentação de ferro foi a de enriquecer certos produtos com o nutriente. A preferência é por produtos consumidos em larga escala no país. No Brasil, as soluções começam a ser pensadas agora. (Texto baseado na reportagem de Daniela Guima, “Falta ferro à mesa” publicada em 30 de março de 2002, pelo Correio Braziliense, página 08 do primeiro caderno.)


Fonte: Texto extraído do Programa Gestão da Aprendizagem Escolar – GESTAR 2 TP 1. Matemática na alimentação e nos impostos. Brasília, 2008. Pag. 60

sábado, 4 de junho de 2011

Semana Nacional de Ciência e Tecnologia

Após incluir a questão da “Ciência para o Desenvolvimento Sustentável” no debate social, na edição do ano passado, a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia de 2011 (SNCT) volta a destacar uma temática de relevância estratégica. O maior evento de divulgação científica do País abordará, neste ano, entre 17 e 23 de outubro, o tema “Mudanças Climáticas, desastres naturais e prevenção de risco”.

O Ministério da Ciência e Tecnologia, responsável pela coordenação nacional da SNCT, por meio da Secretaria de Ciência e Tecnologia para Inclusão Social (Secis/MCT), escolheu o tema após receber várias sugestões e consultar instituições e entidades parceiras.

A intenção é estimular a difusão dos conhecimentos e o debate sobre as estratégias e maneiras de se enfrentar o grande desafio planetário das mudanças climáticas e de prevenir riscos decorrentes de desastres naturais e de situações criadas pela ação humana.

A ideia é que sejam discutidos, em todo o País, nas instituições de ensino e pesquisa e em eventos públicos, os diversos aspectos e as evidências científicas sobre o impacto das atividades humanas no clima do Planeta e as medidas preventivas mais adequadas a serem adotadas em escala local e global.

Para o ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, a temática se justifica pela atualidade e pela importância da discussão. “Envolver a juventude, pensar o aquecimento global, os extremos climáticos que nós estamos vivendo, medidas de proteção, medidas de mitigação e uma cultura para que a sociedade comece a aprender a resistir, a sobreviver e a se preparar para essas alterações”, sustentou o ministro em palestra proferida no Fórum Nacional do Conselho Nacional de Secretários Estaduais para Assuntos de Ciência, Tecnologia e Inovação (Consecti), em Palmas (TO).

Mercadante informou ainda que a SNCT também promoverá atividades em torno do lema “Química para um Mundo Melhor”. A iniciativa atende recomendação da Assembléia Geral das Nações Unidas, que declarou 2011 como o Ano Internacional da Química, com o objetivo de estimular todos os países a realizarem ações para aumentar a consciência coletiva sobre a importância da química e suas contribuições para o bem-estar da humanidade.

Instituições ligadas ao ensino e à pesquisa e demais interessados em participar do processo de divulgação  podem obter informações por meio do portal do evento (http://semanact.mct.gov.br) e pelo email: semanact@mct.gov.br.

SNCT

A Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) acontece no Brasil desde 2004. Ela tem tido um êxito grande com uma participação crescente de pessoas, instituições de pesquisa e ensino e municípios. Em 2010, foram realizadas cerca de 14.000 atividades, em quase 500 municípios brasileiros.

Objetivo

A finalidade principal da SNCT é mobilizar a população, em especial crianças e jovens, em torno de temas e atividades de Ciência e Tecnologia (C&T), valorizando a criatividade, a atitude científica e a inovação. Pretende mostrar a importância da C&T para a vida de cada um e para o desenvolvimento do País. O evento possibilita ainda que a população brasileira conheça e discuta os resultados, a relevância e o impacto das pesquisas científicas e tecnológicas e suas aplicações.

Quem participa

Todas as pessoas interessadas podem participar das atividades da SNCT. Os promotores das atividades são: universidades e instituições de pesquisa; escolas públicas e privadas; institutos de ensino tecnológico, centros e museus de C&T; entidades científicas e tecnológicas; fundações de apoio à pesquisa; parques ambientais, unidades de conservação, jardins botânicos e zoológicos; secretarias estaduais e municipais de C&T e de educação; empresas públicas e privadas; meios de comunicação; órgãos governamentais; ONGs e outras entidades da sociedade civil.

Quem coordena

A coordenação nacional da SNCT é de responsabilidade do Ministério da Ciência e Tecnologia, por meio do Departamento de Popularização e Difusão de C&T da Secretaria de C&T para Inclusão Social. Em cada estado existem coordenações locais e a realização da Semana conta com a participação ativa de governos estaduais e municipais, de instituições de ensino e pesquisa e de entidades ligadas à C&T de cada região. Muitos estados e municípios já criaram suas Semanas Estaduais ou Municipais de C&T, articuladas com a SNCT.

Atividades

As atividades que acontecem durante a SNCT são variadas: tendas da ciência em praças públicas; feiras de ciência, concursos, gincanas, oficinas e palestras científicas; ida de cientistas às escolas; dias de portas abertas em instituições de pesquisa e ensino; jornadas de iniciação científica; distribuição de cartilhas, encartes, kits experimentais, jogos, livros e outros materiais educativos; exibição de filmes e vídeos científicos (Programa VerCiência); excursões científicas; programas em rádios e TVs; eventos que integram ciência, cultura e arte; etc.

Como participar

Qualquer pessoa pode participar dos eventos da SNCT; todos são gratuitos. No site nacional da SNCT, em sites estaduais ou em meios de comunicação de cada região, é possível encontrar informações sobre os eventos que acontecem na SNCT. O site nacional tem informação sobre as atividades e os contatos locais, além de notícias, artigos, vídeos e outros materiais. 
 
Fonte: Ministério de Ciência e Tecnologia